relativo

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Filipe saiu do Belgious. São 04h30. A carrer Avignó está no seu caminho. Depois de duas horas na companhia da filicleta e outros, Filipe chega alegremente à Praça da Catulnha. Música nos ouvidos, pedais nos pés, velocidade na cara, adrenalina no desafio. “nunca andei na Pça” pensa Filipe. “POMBOS!!!” e os seus olhos abrem como as das crianças quando provam o gelado!! e claro, Filipe não resiste a perseguir os pombos:D e vai uma volta (a música do seu mundo agora é de Clã, todos gritam!» e vai outra, as pombas largam vôo até ao outro lado da praça como se esperassem que Filipe voltasse. «AHAHAHA :D» é o único pensamento de Filipe. Filipe vai agora tão rápido que quase consegue apanhar as pombas no ar! Filipe sente-se entre elas, Filipe está na linha da frente, está a interagir com o mundo, a viver um pouco! Filipe está a sorrir, a cantar, a rir, a apreciar a maneira como as pombas voam…e há uma senhora, loura, de negro, que estava sentada num dos bancos da praça desde o início, que se levanta e corre para ele, de frente. Filipe abranda, tira os phones, sorri como um tolo, pára a bicicleta ao lado da senhora. é nova, não tem muitos anos. «eres sadico?!» «uh?» «no dejas las palomas vivir! pareces un sadico sonrindo para ellas!» há um certo ódio na sua expressão «pero está mal?» «solo no dicen nada porque no hablan» «pero yo no las como…» pensa/diz Filipe. Ah! a relatividade…não há nada tão relativo! não há nada que não seja relativo..Filipe estava a voar entre as pombas, a voar com elas! a dar-lhes mais importância que qualquer outro (excepto a senhora que larga 2kg de pão esfarelado (onde é que o arranja? será que é dona duma padaria? podiam dar o pão a pessoas!) ) Filipe pensa «que bom seria poder filmar isto para mostrar esta beleza…» Filipe está a considerá-las vivas, a dar-lhes valor, visibilidade, vida…mas não. para ela, Filipe estava só a incomodar a sua pacata vida, Filipe não tinha respeito pelos animais, mais, Filipe era sádico, ria-se delas…

Ah! relatividade, relatividade…

PS: e por favor…são pombas…

8 Respostas

  1. Hm eu mudava esse ps. Não é por serem pombas que deixas de ser sádico. É porque não lhes estás a fazer mal nenhum! Se elas tivessem muito medo voavam pra fora do teu alcance…não?
    A relatividade é uma confusão pegada..

  2. Também podia surgir outra pessoa e dizer que a mulher era super sádica porque estava a dar pão manufacturado pelo e para o Homem a um ser da natureza. Além disso a comida humana faz o cócó dos pombos horríveis e ácidos, que estraga os monumentos.
    Pensando melhor, e imaginando a expressão louca do Filipe a correr c os pombos, a relatividade é super divertida. 😛

  3. A relatividade é confusa e mais confusa se torna quando as pessoas que nos rodeiam veêm as coisas de maneira diferente e são a maioria. É preciso estar sempre a pesar se devemos permanecer fiéis à nossa visão ou ponderar uma mudança.
    Tendo dito isto, continua a voar com as pombas e a dar-lhes valor da forma como dás porque há mais quem veja como tu e diga que faz sentido(Eu!). Eu por cá, continuo a ser boa pessoa, por mais pessoas medíocres e mal formadas que me apareçam no caminho.
    (Foi um paralelo meio forçado mas é isso que me lembra uma certa relatividade que eu abomino em relação a valores e princípios morais básicos, muito para lá de uma simples distracção ou mal entendido que não permite à senhora perceber que estavas só a viver com as pombas…) *

  4. Essa porcaria das pombas fez-me dar um bate-cu em nada relativo numa bela manhã. AS POMBAS É QUE SÃO SÁDICAS.

  5. Eu gosto de pombos (nada de trocadilhos, vale?). A generalidade das pessoas até os acha nojentos e horrorosos. É óbvio que a senhora velhota que gosta de dar pãozinho aos bichos viu-te a correr no meio dos pombos, a fazê-los esvoaçar e a desviá-los da comidinha, pensou que eras completamente sádico e louco (já tou a imaginar a tua cara típica). E também não ias estar ali a desfazer-te em explicações, porque tu sabes aquilo que sentias no momento, e não era raiva nem nojo dos pombos, estavas, como dizes, a voar com eles.
    É por estas confusões, estes relativismos, que as pessoas muitas vezes não se entendem. Sobretudo quando não há espaço para diálogos, trocas de ideias. Enfim.. Continua a correr no meio dos pombinhos, eles, que vivem na cidade, estão demasiado habituados a nós para apanharem sustos de morte ou se sentirem realmente ameaçados. Voam para que nãos os atinjas, só isso. E tu vê lá se não te atingem com um cocó na cabeça. Eu sei que é natureza, mas há limites, no? Um beijinho, Finix. 🙂

  6. mas a cena estranha é que nem era uma velhota que ‘tava a dar de comer aos pombos! era 05h30, não ‘tava ninguém na praça e essa bacana tinha para aí uns 30 anos! e ‘tava lá sentada à espera de alguma cena…e veio-me só dizer isso bué chateada! 🙂 weird, hei? 🙂

  7. Devia ‘tar com a neura, provavelmente tinha um date e deixaram-na plantada, barra! Calhou embirrar contigo. Se estivesse lá um senhor a fazer xixi num cantinho, ela provavelmente tinha cagado p’ra ti e p os pombos e tinha ido refilar com o rapaz-do-xixi. Olha, paciência 🙂

    Good luck to you and your Filicleta *

  8. err.. Cate e Quini are the same person (pelos vistos tenho duas contas no wordpress e não fazia ideia :x).

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